O ATAQUE AOS TRABALHADORES - No Brasil e no mundo

Printer-friendly version

Tomada de Posicao OPOP/CCI

Nos últimos tempos o Estado e os patrões têm acelerado os ataques à classe trabalhadora no Brasil. Vários ramos de trabalhadores são atingidos pelo desemprego, pelo arrocho salarial, pela retirada de conquistas, sofrem enfim a ofensiva de um sistema que, para sobreviver, busca a exploração da mão-de-obra até o seu limite.

Depois da demissão em massa dos trabalhadores da Varig, a “bola da vez” são os operários da indústria automobilística, que estão sofrendo com as demissões não apenas no Brasil, mas em todo o planeta. Contribui decisivamente para ceifar empregos os sindicatos de trabalhadores, essas entidades que se tornaram despudoradamente defensores do Estado e correias de transmissão de suas políticas.

Nos últimos tempos o Estado e os patrões têm acelerado os ataques à classe trabalhadora no Brasil. Vários ramos de trabalhadores são atingidos pelo desemprego, pelo arrocho salarial, pela retirada de conquistas, sofrem enfim a ofensiva de um sistema que, para sobreviver, busca a exploração da mão-de-obra até o seu limite.

Depois da demissão em massa dos trabalhadores da Varig, a “bola da vez” são os operários da indústria automobilística, que estão sofrendo com as demissões não apenas no Brasil, mas em todo o planeta. Contribui decisivamente para ceifar empregos os sindicatos de trabalhadores, essas entidades que se tornaram despudoradamente defensores do Estado e correias de transmissão de suas políticas.

Foi o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que, junto com a Volkswagen, costurou o desemprego de 3600 operários até o ano de 2008. Nas assembléias o clima era o de amedrontamento, com a direção do sindicato propagando o terror, a ameaça de que se os trabalhadores não aceitassem os termos de demissão voluntária da empresa, as demissões viriam de qualquer jeito, o que seria pior. Na assembléia que definiu o acordo, sindicalistas eram vaiados, chamados de “vendidos” e acusados de terem “rifado os trabalhadores”.

O acordo para manter a empresa visava, segundo nota do presidente da Volksvagen no Brasil, permitir que a companhia “entre em uma nova fase, em que a retomada de sua rentabilidade por meio de operações mais competitivas se torne uma realidade”. É ou não a mão do sindicalismo ajudando a tornar a empresa mais rentável e competitiva, à custa do desemprego de milhares de operários? Mas isso não foi tudo, pois os operários que ficarem terão o desconto do salário para pagamento de plano de saúde aumentado de 1% para 2%, também com a conivência e colaboração do sindicato do ABC.

A General Motors planeja cortar 30 mil empregos e fechar 12 fábricas até o ano de 2008 nos Estados Unidos e no Canadá. Essa mesma companhia, no Brasil, nem fala em aumento este ano porque alega que pertence ao SINFAVEA, que teria negociado com a CUT no ano passado para que não houvesse campanha salarial em 2006. Pode?

A FORD, no mês de setembro, anunciou a demissão de 14 mil trabalhadores nos Estados Unidos, e não mais 4 mil como anunciara anteriormente. Alega que precisa reduzir seus custos operacionais e divulgou também um acordo com o UAW, principal sindicato da indústria automobilística nos EUA, visando cortar os empregos.

Os bancários no Brasil, categoria que já chegou a contabilizar quase um milhão de trabalhadores nos anos 80, não passam hoje de 400 mil. A greve agora vivenciada pelos bancários tem sido sistematicamente abafada pelo Comando Nacional. Apesar disso, em vários estados, os bancários de base têm conseguido atropelar as orientações do Comando e de seus sindicatos e levado os trabalhadores para o caminho da luta.

Um governo burguês, assim como os outros!

A política burguesa dos tempos de Lula é ainda mais esfomeada que em outros tempos. Todos esses ataques acontecem e o que fazem e o que propõem os chamados “partidos de trabalhadores”, os partidos ditos “comunistas”? Além de se encastelarem nos seus apodrecidos aparelhos sindicais, que cheiram a conciliação e gangsterismo, sinalizam para os seus “liderados” com o caminho do voto, como se esse mudasse a realidade de trabalhador no Brasil ou em qualquer lugar do mundo.

Mais um motivo para o boicote das campanhas salariais pelo país é que a camarilha sindical não queria e não quer ocupar sua força-tarefa com interesses de segunda mão, como salários, direitos e empregos da classe trabalhadora. Querem sim, eleger seus candidatos para as eleições majoritárias e as proporcionais. Querem ocupar a direção das empresas estatais, para ajudar essas no seu processo de exploração, demissão e mais penúria salarial. Ou não é isso que tem feito os dirigentes dos partidos de “esquerda” para justificar seus cargos?

O VOTO É UMA ARMA?

A ilusão do voto não deve povoar a cabeça de trabalhadores conscientes. Nenhuma transformação séria ou significativa foi ou pode ser realizada pela viciada via eleitoral, uma arma mistificadora nas mãos da burguesia. A única perspectiva que temos para fazer frente a esses ataques é o desenvolvimento da luta de classes, o exercício da solidariedade ativa dos trabalhadores de diferentes setores, diferentes idades, diferentes locais, empregados ou desempregados. Temos que lutar contra o isolamento dessas campanhas segmentadas e chamar os trabalhadores para se unirem em torno de seus propósitos.

Devemos também perceber que esse ataque a operários e trabalhadores não é algo fortuito, mas um ataque orquestrado pelo Estado, pelos patrões, pelo governo e sindicatos. E tudo isso é produto do aprofundamento da crise capitalista, produto da degradação de um sistema que se mete em contradições mais e mais insolúveis e que, por isso, coloca-nos como perspectiva a precarização, o desemprego e a miséria. Daí porque a única saída é a solidariedade e a luta dos trabalhadores.

SINAIS DE FALÊNCIA DE UM SISTEMA

Há muito que estamos dizendo que o sistema capitalista está em crise. Dizemos também que esta é uma crise aberta iniciada há mais de 30 anos e até agora não solucionada. As contradições avolumam-se no interior do Modo de Produção Capitalista a cada dia que passa.

Tudo isso acontece porque o sistema tem dado sérios sinais de decadência, tais como: já não consegue auferir os lucros a que se acostumou e de que necessita para se reproduzir; já não consegue incorporar um crescente número de trabalhadores, fonte de apropriação de sobretrabalho; já não consegue aumentar significativamente, com um dado número de trabalhadores, a produtividade destes sobre o trabalho; devido à concorrência entre os capitais e o processo de autofagia entre estes, promove demissões em escala mundial e, à medida que demite trabalhadores, constrange ainda mais a possibilidade de realização das mercadorias produzidas, uma vez que reduz mercado.

Quando a crise se instala, a queda da rentabilidade da classe dominante impõe aos patrões a necessidade de exploração da mão-de-obra até o limite do seu esgotamento. Por outro lado, a impossibilidade de incorporação de novos trabalhadores obriga a sociedade a sustentar uma quantidade cada vez maior de inativos, responsabilidade esta jogada sobre as costas dos próprios trabalhadores. Não é por acaso que se fala tanto em “Reforma na Previdência”, “Universitária” e “Trabalhista” e tantas outras reformas do mundo do capital. O que é certo é que todas elas vêm no sentido da regressão social dos trabalhadores. A sustentação de programas populistas como o “Bolsa Família”, capitalizada pelo governo dito “dos trabalhadores” é pago com o salário e impostos do trabalhador ainda empregado, com o seu dinheiro, com o arrocho salarial que sofremos, com a extensão da jornada de trabalho, com as horas não pagas a todos nós.

 

Oposição Operária

Corrente Comunista Internacional

Recente e atual: