Autonomia do proletariado

Autonomia do proletariado contra a armadilha da falsa escolha democracia ou ditadura

Na América do Sul, estamos vivenciando uma ofensiva completa dos EUA para subjugar os estados ao sul do Rio Grande à sua coligação imperialista. Diante das tentativas da China de estabelecer posições econômicas e até militares no continente, apoiadas pela Rússia, os EUA fecham suas fileiras e tentam restabelecer a antiga doutrina Monroe de "América para os norte-americanos".

Dois episódios são especialmente significativos nesta ofensiva: o Brasil e a Venezuela.

As armas da burguesia

Para estar em condições de dar rédeas soltas a uma repressão em escala, a burguesia começará como no passado, por tentar desmoralizar os operários desviando suas lutas e as conduzindo a um beco sem saída. Para isso proporá três temas essenciais de mistificação com os quais acorrentar a classe ao seu capital nacional e seu estado: o anti-facismo, a autogestão e a independência nacional.

Internacionalismo sem concessão ou nacionalismo e patriotismo Não há compatibilidade nenhuma – Tem que escolher

Muitas correntes que reivindicam a luta para o comunismo assumem sem reservas uma postura de defesa do nacionalismo, portanto da pátria. Outras tentam dissimular a questão em nome de uma luta em defesa da independência e contra o imperialismo. Será que estas duas orientações, luta para o comunismo e defesa da pátria, se completam a nível teórico e prático, se fortalecem mutuamente ou, pelo contrario, se excluem? Na história da luta revolucionária por sua emancipação, o proletariado já confrontou esta questão e lhe custou muito a falta de lucidez sobre o nacionalismo.
Esta curta tomada de posição foi motivada pela discussão com elementos demonstrando um interesse para nossas posturas, mas, no mesmo tempo, reivindicando o nacionalismo. Achamos necessário colocar claramente em evidência diante deles, como na história a burguesia utilizou a nacionalismo para corromper a consciência dos operários e levá-los assim para a derrota. Embora de maneira concisa esta cr
ítica considera também os pretendidos internacionalistas, como os trotskistas.

O Internacionalismo e a guerra

Juntamente com correntes burguesas estabelecidas (como os partidos tradicionais de direita) ou "gestores" da sociedade burguesa com linguagem "proletária" (tais como os partidos de esquerdas "social-democratas" e também comunistas"), a ordem capitalista pode apoiar-se também sobre organizações de extrema esquerda que não vacilam em ostentar uma "perspectiva revolucionária". Assim são as variantes da corrente trotskista cuja linguagem "radical" não tem outro objetivo do que trazer para o terreno burguês (seja através das eleições ou do sindicalismo) os elementos mais combativos do proletariado que conseguem compreender o papel anti-proletário desses partidos de esquerda. Igualmente, juntos com os argumentos da burguesia "oficial" para justificar a participação na guerra imperialista ("guerra contra o terrorismo", guerra para "a defesa dos direitos do homem", para o "respeito do direito internacional"), estão os argumentos que defendem os grupos trotskistas com o mesmo objetivo: alistar aos proletários em um ou outro dos campos imperialistas ou levar para o beco sem saída do pacifismo aclassista que os paralisa frente às manobras guerreiras da classe dominante. No seio dessas organizações, certos elementos começam a entrever o papel obstaculizador que elas vão desempenhando frente ao desenvolvimento das lutas do proletariado e a sua tomada de consciência. Entretanto, muitos desses elementos são incapazes de entender que não é reivindicando-se de um "verdadeiro trotskismo" que poderão juntar-se ao campo do proletariado. É assim porque a corrente trotskista, como um todo, passou para o campo burguês durante a Segunda Guerra mundial ao participar nela em nome da "luta contra o fascismo" ou da "defesa da URSS" apresentada como "Estado operário".

10. O mito contra-revolucionário da “Libertação nacional”

A libertação nacional e a constituição de novas nações não foram jamais tarefas próprias do proletariado. Embora no século XIX os revolucionários tiveram que apoiar tal tipo de lutas, jamais o fizeram em nome do "direito dos povos a dispor de si mesmos" e estiveram sempre conscientes do caráter exclusivamente burguês destas. Tal apoio se fundava unicamente em um fato: no período ascendente do capitalismo, a nação representava a entidade apropriada para o desenvolvimento do capitalismo e todo novo desenvolvimento desse âmbito, ao eliminar os vestígios reacionários das formas sociais pré-capitalistas, constituía um passo adiante no crescimento das forças produtivas à escala mundial e, conseqüentemente, na maturação das condições materiais do socialismo.
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