Submetido por CCI em
Chamado a todos os trabalhadores
Por iniciativa de trabalhadores ferroviários da estação do Leste e professores do mesmo distrito em Paris, se reuniram em 28 de setembro e 5 de outubro uma centena de assalariados (ferroviários, da educação, dos correios, de pequenas empresas do setor agro alimentar, da informática,...) de aposentados, desempregados, estudantes, sindicalizados ou não, trabalhadores imigrantes legalizados ou não, para discutir sobre as aposentadorias e mais amplamente sobre os ataques que todos sofremos e das perspectivas para fazer este governo recuar.Já fomos milhões que manifestaram e fizeram greve durante as últimas jornadas de ação. O governo permanece em não querer recuar. Só um movimento de massa será capaz de obrigá-lo a fazer isso. Esta idéia está caminhando através das discussões em torno da greve ilimitada, geral, prolongável a cada dia, de bloqueio da economia,....A forma que tomará o movimento somos nós que decidiremos. Cabe a nós construí-lo nos nossos lugares de trabalho com comitês de greve, em nossos bairros através de assembléias gerais soberanas. Devem reunir mais largamente possível a população trabalhadora, coordenada em escala nacional com delegados eleitos e revogáveis. Cabe a nós decidir os meios de ação, as reivindicações.... E a ninguém mais.Deixar decidir em nosso lugar os Chérèque (secretário geral da CFDT, Confederação Francesa do Trabalho, sindicato de obediência social-democrata), Thibault (secretário geral da CGT, Confederação Geral do Trabalho, maior sindicato na França, ligado ao Partido Comunista antes do afundamento do stalinismo) e Cia, é preparar novas derrotas. Chérèque está a favor de “42 anuidades” (de trabalho antes de se aposentar em lugar das 40 com que a reforma quer acabar). Não se pode confiar mais em Thibault que não reivindica o cancelamento da lei, que também bebia champanhe com Sarkozy enquanto milhares entre nós estavam sendo demitidos, e não fazia nada para impedir que fossemos derrotados separadamente. Não temos mais confiança nos pretendidos “radicais”. O radicalismo de Mailly (Força operária, outro sindicato social-democrata) é de apertar a mão de Aubry (secretária geral do partido socialista) na manifestação enquanto o partido socialista vota a favor das “42 anuidades”. Quanto a Sud-Solidários (o sindicato mais radical), à CNT (Confederação Nacional do Trabalho, sindicato anarquista reformista) ou a extrema-esquerda (Luta Operária – organização trotskista mais a esquerda na França; o NPA – Novo Partido Anticapitalista) não oferecem outra perspectiva que a unidade sindical. Quer dizer a unidade com aqueles que querem negociar recuos.Se hoje eles apóiam a greve “prolongável a cada dia” é, sobretudo, para evitar em ser superados. O controle das nossas lutas serve de barganha para eles para ser admitidos na mesa de negociações... por quê? Como é escrito na carta assinada por sete organizações sindicais incluindo da CFTC (Confederação dos trabalhadores Cristãos) até Sud-Solidários, para “fazer ouvir o ponto de vista das organizações sindicais na perspectiva de definir um conjunto de medidas justas e eficazes para assegurar a perenidade do sistema de aposentaria atual por repartição”. Será que se pode acreditar só um instante que pode haver um entendimento com aqueles que quebram nossas aposentadorias desde 1993, aqueles mesmo que empreenderam a demolição metódica das nossas condições de vida e de trabalho?A única unidade capaz de fazer este governo e as classes dominantes recuarem é de unir-se, setor público / privado, assalariados e desempregados, aposentados e jovens, sindicalizados ou não, trabalhadores imigrantes legalizados ou não, na base nas assembléias comuns e ao controlar nossas lutas próprias.Pensamos que cancelar a lei sobre as aposentadorias é uma exigência mínima. Isso não basta. Centenas de milhares de trabalhadores idosos sobrevivem já com menos de 700 euros por mês, enquanto centenas de milhares de jovens sem trabalho conseguem sobreviver só com o RSA (pensão mínima que se pode receber quando acaba a indenização de desemprego) e isso quando têm direito a ele. Para milhões entre nós, o problema crucial já é de poder comer, alojar-se e cuidar de sua saúde. Disso não queremos.Sim, os ataques às aposentadorias são a árvore que esconde a floresta. Desde o início da crise, as classes dirigentes com ajuda do estado jogam para a rua centenas de milhares de trabalhadores, suprimem milhares de postos nos serviços públicos. E isso só é um começo. A crise continua e os ataques contra nós vão se tornar mais e mais violentos. Para poder enfrentar isso, sobretudo, não devemos confiar em nenhum instante nos partidos de esquerda (PS, PCF, Partido de Esquerda – situado à esquerda do partido socialista). Sempre geriram lealmente os negócios da burguesia sem nunca questionar a propriedade privada industrial e financeira assim como a grande propriedade fundiária. Em relação a isso, vemos que na Espanha como na Grécia é a esquerda no poder que organiza a ofensiva do capital contra os trabalhadores. Para nossas aposentadorias, a saúde, a educação, os transportes e para não morrer de fome, os trabalhadores deverão apoderar-se das riquezas produzidas. Nesta luta, devemos nos apresentar não como os defensores de interesses categoriais e sim como defensores de toda a população trabalhadora, inclusive os pequenos camponeses, marinheiros pescadores, pequenos artesãos, pequenos comerciantes, que é jogada na miséria com a crise do capitalismo. Devemos arrastá-los e nos colocar a cabeça de todas as lutas para melhor atacar o capital. Quer sejamos assalariados, desempregados, precários, trabalhadores imigrantes ilegais, e qualquer que seja a nossa nacionalidade, é toda a população trabalhadora que está no mesmo navio.
Marcamos a assembléia intercategorial geral para discutir isso.