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O século XXI vai começar. Que contribuição trará à humanidade? No número 100 da nossa Revista internacional, pouco depois das celebrações realizadas pela burguesia pela chegada do ano 2000, escrevíamos: "Assim acaba o século, o século mais bárbaro e trágico da história: na decomposição da sociedade. Se a burguesia conseguiu celebrar com fartura o ano 2000, é pouco provável que possa fazer o mesmo no ano 2100. Seja porque terá sido derrubada pelo proletariado ou a sociedade terá retrocedido à Idade da Pedra". O que está em jogo, pode claramente se colocar nesses termos: o que será o século XXI depende inteiramente do proletariado. Ou é capaz de fazer a revolução, ou chegará à destruição de toda civilização e da humanidade. Apesar dos belos discursos humanistas e das declarações eufóricas que nos diz cada dia, a burguesia não fará nada para evitar tão sombria saída. De modo algum se trata de uma questão de boa ou má vontade da sua parte ou da parte de seus governos. São as contradições insuperáveis do seu sistema social, o capitalismo, que conduzem de forma inevitável à sua perdição. Desde há uma década, tivemos que suportar cotidianamente as campanhas sobre o "fim do comunismo", ou seja, da classe operária. Por isso é necessário reafirmar com força, apesar das dificuldades que o proletariado tem e pode encontrar, que não existe nenhuma outra força na sociedade capaz de resolver as contradições que a destroem.
É justamente o fato de a classe operária não ter sido capaz até o momento de cumprir sua tarefa histórica de destruir o capitalismo, a razão pela qual o século XX se afundou na barbárie. Por isso, o proletariado só será capaz de encontrar a força que necessita para cumprir suas responsabilidades históricas se for capaz de compreender as razões pelas quais falhou nas situações em que a história exigiu suas responsabilidades no século que está terminando. Este artigo, se propõe contribuir, modestamente, a esta tarefa.