A maior onda de greves no Brasil desde 1986

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Já deve ser do vosso conhecimento que no Brasil, o proletariado finalmente redescobriu a arma da greve neste mês de maio. Universidades ocupadas, paralisações nos serviços públicos, fábricas em grande movimentação, com ameaças e rumores de greves.

Acredito que é a maior onda de greves no Brasil desde 1986. Em alguns locais, como em Santa Catarina e outros estados, até a polícia entrou em greve. As paralisações, sem dúvida, têm diversas limitações... são debilitadas por forças sindicais e partidárias da esquerda da burguesia. Mas o que se vê em vários outros lugares é que com a generalização da luta, os próprios sindicatos são obrigados a radicalizar o discurso para dominarem um movimento histórico, uma luta que lhes sai do controle. Em diversas regiões do país, principalmente após os fatos do último dia 23 de maio- onde os sindicatos da extrema-esquerda do capital (Conlutas e Intersindical) e o próprio sindicalismo do governo (CUT) convocaram uma mobilização - todas estas forças têm radicalizado o discurso no seu objetivo de se apoderar do movimento proletário.

As ocupações de universidades prosseguem e o maior expoente é a ocupação da USP em São Paulo - e no domingo esta ocupação fará um mês (a ocupação está sob forte cerco policial, mas o governo não ordenou ainda a invasão porque já existe ameaça - vinda até de organizações estudantis oficiais- de uma mobilização estudantil generalizada se a universidade for invadida) .

Igualmente, ontem os funcionários de 36 universidades federais entraram em greve. As greves também se alastram pelo chamado "serviço público". Em vários organismos federais o rastro de pólvora da greve se espalha, um mês depois de Lula explicitar a proposta de proibir greves no serviço público.

Só no INSS - serviço de previdência - a greve dura 14 dias.

Ontem também a polícia desocupou a fábrica CIPLA em Santa Catarina, ocupada. No Brasil existem ainda 3 fábricas ocupadas, mas estas ocupações ocorrem sob a nefasta influência dos sindicatos e partidos de esquerda.

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