A Oposição Operária — OPOP — está, neste momento, rompendo com a CONLUTAS. Mas, não se trata de um ato de desligamento repentino, tomado abruptamente. Ao contrário, trata-se de uma atitude pensada, refletida e amadurecida nas fileiras da Oposição, uma atitude, portanto, que foi sendo mediada por sucessivas discussões à medida que o processo de consolidação da CONLUTAS foi acontecendo.
Como todas as forças e todos os companheiros que participam do CONLUTAS sabem, a OPOP, por acreditar na luta anti-capitalista direta e, portanto, não crer nas “táticas” que propugnam ocupar espaços no Estado e no Parlamento e nem, ademais, na direção ou outros cargos da forma sindicato e central sindical, não pode mais continuar debatendo numa perspectiva que se consolida simplesmente sindicalista e eleitoral.
A força que hegemoniza a CONLUTAS impõe, com uma prática reconhecidamente aparelhista, uma orientação política de cunho reformista que nada mais tem como resultado senão o efeito de dissimular, negar, deseducar e fetichizar a autonomia da perspectiva e do projeto dos interesses imediatos e históricos do proletariado, trocando-os por uma modalidade de intervenção que fortalece, ao contrário, as instituições do Estado burguês, que se coloca a serviço da administração da crise atual do capital e de seu Estado e que não aponta para a potencialização da crise numa perspectiva de libertação do proletariado; uma linha, numa palavra, que repõe as premissas de reprodução da ordem do capital e de suas instituições.