Estas teses foram adotadas pela CCI no dia 4
de abril quando os estudantes ainda estavam no movimento de luta. Em
particular, a grande manifestação do dia 4 de abril, que o governo esperava fosse
menos vigorosa que a precedente (a de 28 de março), acabou sendo mais massiva.
Notadamente, pôde se constatar nesta manifestação uma participação ainda mais
ampla dos trabalhadores do setor privado. No seu discurso do dia 31 de março, o
presidente Chirac havia tentado uma manobra ridícula: anunciou a promulgação da
lei "Igualdade das chances" e ao mesmo tempo pediu que seu artigo 8
(que define o Contrato Primeiro Emprego, o principal motivo da cólera dos
estudantes) não fosse aplicado. Em lugar de enfraquecer a mobilização, esta
contorção lastimável a fortaleceu. Alem disso, o risco de um estouro espontâneo
de greves no setor diretamente produtivo, assim como aconteceu em 1968, estava
mais e mais presente. O governo não teve outra solução de que reconhecer a
evidência de que as suas pequenas manobras não podiam quebrar o movimento; foi
assim que, depois das últimas contorções, acabou retirando o CPE no dia 10 de
abril. Na realidade, as teses deixavam ainda aberta a possibilidade para que o
governo não recuasse. Dito isso, o epílogo da crise com um tal recuo do governo
constitui uma confirmação e um reforço da idéia central das teses: a
importância e a profundidade da mobilização das
novas gerações da classe operária durante estes dias da primavera 2006.